CASAL DO FOZ A TERCEIRA LENDA

Sem duvida, o Brasil é o País do futuro. Há apenas, de não se adiar esse futuro.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

AMOR NA GUERRA

NO DIA DO SANTO DE ASSIS


A menção do Santo tem várias razões, se outras não existissem. Foi nesse dia quatro de Outubro, que do pelotão, apenas não foram acordados os elementos da esquadra da Breda, de que Onofre era parte.
Todos os Batalhões estacionados em Angola tinham o seu padre capelão, tal como o 350 usufruía de serviço religioso, a cargo de um eclesiástico graduado em Alferes, que era componente, ia percorrendo todas as bases, rezando missas dominicais, aquando passava em cada sede de Esquadrão.
Aconteceu diversas vezes na posição do 297.
Confrternização com umas "cucas"
o militar do centro está com um quico na cobertura  da cabeça

Naquela zona de mato, só se conhecida a capela de Nambuangongo, o clérigo que pertencia e acompanhava espiritualmente este Batalhão de Cavalaria, estava equipado com um altar portátil, tipo mala de viagem, para a concretização dessas funções.
Ainda em 1962 o comandante do Esquadrão, Capitão Alves Ribeiro, que ia dando mostras, em todas as circunstâncias do seu real valor militar, como comandante de operações.
A sua capacidade organizacional e estética manifestava-se:
- Com as matérias-primas vindas de Quimanoche, transformara por inteiro o complexo operacional do Tari, provendo-o duma caserna para cada pelotão, o que tornava muito mais prática a reunião, sempre de madrugada porque, o sigilo das acções a efectuar assim o exigia.
Chegava mais uma G.M.C. carregada e em geito de festa

Só naquela hora, ao serem acordados os respectivos elementos, o segredo era um pouco revelado, sem ter de se passar a outros canais.
Além de melhores condições de operacionalidade, contava-se com a colaboração do indígena Lopes Cabanda, como guia eficaz, em virtude de conhecer o terreno, factor que em muito aumentavam a eficácia do Esquadrão.
Chegado a dia quatro de Outubro, que o capelão saberia de cor, ser o de S. Francisco de Assis, não só pela importância, mas também porque todos os calendários litúrgicos o mencionam.
No dia da celebração do famoso Santo, na caserna onde se encontrava instalado o pelotão de Onofre, a madrugada esteve muito agitada, alertavam-se todos os elementos, menos os que fariam funcionar a Breda.
O dia do Santo que nascera em Assis, Itália, no seio de riqueza e ali havia feito votos de pobreza, a que se dedicou até à morte, acabaria por ser o mais promissor da existência do Esquadrão.
Posto de socorros do Esquadrão
O movimento madrugador, na caserna, acabou de por ser frutuoso. Destinou-se a efectuar uma batida onde foram eliminados vários terroristas, enquanto se contavam em número de dezanove os forçados a entregarem-se, escolhendo a sobrevivência.
Aconteceu um outro facto, menos dignificante:
Desse grupo fazia parte uma “trabalhadora” do sexo, eventualmente, em cuja laboração se empenhou parte da noite. Naturalmente, com a passividade oficial, que terá ao mesmo tempo estipulado o custo de cada uma das muitas "bandeiradas”.
No mesmo mês de Outubro, precisamente no dia dez, numa batida efectuada por outro pelotão de serviço, resultou o aprisionamento de mais dois elementos afectos ao terrorismo.
Depois das novas instalações, passou ao Tari uma companhia em, deslocação. Em casos destes, o comandante da força em movimento, conferenciava com o homólogo local.
Todas as conferências, nestas paragens de intervenção eram, necessariamente demoradas, desta movimentação resultou todos os elementos jantarem localmente.
Findo o repasto, com o objectivo sofisma de bem receber os visitantes, numa das novas casernas começaram os dois acordeonistas do Esquadrão a actuar. Tinha sido criado a configuração de um arraial em terras de província.
Em breve, a luz com um apagão como por encanto, deixou de funcionar e os quicos que cobriam as cabeças dos militares em trânsito, como que por encanto, numa razia concertada voaram todos.
«Foi a mais ousada subtracção daquela peça de vestimenta, tornada em estima para muitos, por servir de entretenimento para os rapazes do Tari, o “roubo dos quicos”.



Daniel Costa






2 comentários:

  1. Hahaahahah este roubo dos quicos aliada ao termo do amigo "uma “trabalhadora” do sexo" me fizeram rir. Muito bom este texto, Daniel! Quantas aventuras!

    Carinhoso beijo e excelente semana, amigo.

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  2. *
    não vais mais longe, srsrsr,
    eu comprei uma quantidade de
    quicos, que eram sistemáticamente
    roubados, como é óbvio comecei a
    marcá-los, uns anos depois, encontrei
    um antigo camarada de armas, com um
    quico por mim sinalizado e reagi,
    com que então tu é que eras o
    coleccinador de quicos, não sou pá,
    eu comprei ao Sargento do Fardamento
    ah, o malandro do Sarja . . .
    ,
    um abraço,
    ,
    *

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